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Há lugar para todos na Economia Circular

Há lugar para todos na Economia Circular
Khetlin Andrade
mar. 26 - 6 min de leitura
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Por mais banal que seja, cada vez que tiramos dinheiro do bolso temos a oportunidade de transformar o planeta e a sociedade em que vivemos. Tuas escolhas têm honrado a tua essência? ( Diego Ramos da Silva – Nat.Genius)

Essa frase do Diego me fez recordar a reportagem do Daniel Scott: A escravidão só existe por sua causa. É muito mais fácil apontar o dedo pro vizinho a reconhecer nossas falhas. Na verdade não somos expostos a esse tipo de reflexão. Gostamos de pagar mais barato. E raramente nos preocupamos em saber a procedência do que consumimos. Ficamos sempre esperando pelo outro. Ou não achamos que uma ação isolada seja significativa. Mas acredite, ela é sim!

Nós podemos ser parte do problema, ou parte da solução.

A demanda por recursos naturais alcançou proporções insustentáveis, o que faz da busca por soluções alternativas, algo fundamental. Devemos estar preparados para enfrentar esses desafios, estar preparados para colher os benefícios que essas transformações podem trazer, isso exigirá voltar para nossos fundamentos, repensando os conceitos tradicionais Frans Timmermans (primeiro vice-presidente da Comissão Européia de Economia Circular).

Segundo o Banco Mundial, se a população global de fato chegar a 9,6 bilhões em 2050, serão necessários quase três planetas Terra para proporcionar os recursos naturais necessários a fim de manter o atual estilo de vida da humanidade. As Nações Unidas (ONU) estimam que destes 6 bilhões de pessoas vivam em cidades, o que causará uma pressão significativa sobre os recursos existentes. 

A magnitude dos desafios que as cidades enfrentam será fenomenal: escassez de alimentos, segurança da água, poluição, habitação a preços acessíveis e emprego.

Portanto, é imperativo que soluções efetivas sejam desenvolvidas para melhorar a capacidade de vida das cidades. A voracidade com que se consomem os recursos naturais fez as Nações Unidas incluírem o consumo em sua discussão sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030.

Segundo o asiático Dr. Renard Siew, pesquisador do Centro de Energia e Mercados Ambientais (CEEM), a Economia Circular é fundamental para tingir estes objetivos, e compreende: tecnologias para remanufatura, tecnologias para a extensão do ciclo de vida do produto como reutilização e remodelação, tecnologias para reciclagem; infraestrutura multifuncional; tecnologias para integração de sistemas centralizados e sistemas descentralizados para prestação de serviços; tecnologias de mitigação de emissões de carbono; tecnologias de baixa energia e emissões.

O Relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado em 2010, revela que o País perde R$ 8 bilhões por ano quando deixa de reciclar todo resíduo reciclável que é encaminhado para aterros e lixões nas cidades brasileiras. Nossas deficiências vão desde mecanismos básicos: 85% dos brasileiros não têm acesso à coleta seletiva. Dos 5570 municípios brasileiros, pouco mais de 1000 contam com a coleta seletiva, tarefa básica para que haja reciclagem dos resíduos.

Cada latino-americano produz até 14kg de lixo por dia, dos quais 90% poderiam ser reciclados ou transformados em combustível caso fossem separados por origem (Isabel Recavarem, 2018).

Se por um lado, cada vez mais as pessoas estão tomando consciência dos mercados inexplorados, por outro

Nunca antes houve um forte consenso mundial sobre a necessidade de mudar nosso modelo econômico. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que concordamos nas Nações Unidas são um roteiro integral para o nosso futuro. E, francamente, eles são o único meio viável para um mundo que enfrenta desafios econômicos e de recursos sem precedentes (Frans Timmermans).

Trata-se de criar uma atitude positiva em relação ao futuro, trata-se de criar a sensação de que nosso futuro pode ser mais próspero, pode ser melhor. Que existe um lugar para todos na economia circular (Frans Timmermans, 2018).

A Economia Circular trata de produzir e consumir de maneira diferente, trata-se de inovação: inventar e reinventar novas formas de fazer negócios. Fazer mais com menos. A Economia Circular é um dos motores que podem ajudar a reconstrução da Europa e renovar sua base industrial. E esta é a nova base industrial, muito diferente da do século XX " (Bieńkowska, 2018).

E você, o que pode fazer para reinventar o sistema produtivo? Seja qual for a sua formação, pode apostar que a Economia Circular se encaixa perfeitamente! Há um mundo de possibilidades a se explorar.

Na semana passada, organizei um evento na Universidade em que trabalho para inserir o conceito na vida de futuros engenheiros civis. E foi assustador que apesar de todos os fatos aqui levantados, essa temática ainda seja desconhecida para a maioria das pessoas! O fato é que esse "novo" mercado abre muitas possibilidades de negócios. Como já reportado, economia circular vai muito além de resíduos, contempla a utilização dos recursos naturais de forma mais inteligente, incluindo de plataformas de troca, extensão do ciclo de vida, ao design pensado no pós-consumo.

E falando de resíduos, em todas as etapas do processo produtivo há geração. Nenhum processo é 100% eficiente. Resíduo é matéria prima mal aproveitada. Eficientizar os processos é utilizar os recursos naturais de forma consciente. E cá entre nós, não há nada de eficiente em enterrar resíduos que podem ser matérias primas. Se por um lado temos o esgotamento de recursos naturais, do outro os problemas gerados pela poluição são inúmeros. Em meio a isso há uma lacuna que você pode ajudar a preencher:

HÁ LUGAR PARA TODOS NA ECONOMIA CIRCULAR.

Um dos cases apresentados no evento que citei é Startup MoraLar, que reinventa um dos setores mais tradicionais do mundo: a construção civil. A empresa de arquitetura social, capta restos de obras que ficam ociosos, e os utiliza para a construção de moradias para famílias de até três salários mínimos.

 

Por: Luciana Muller


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