Cresci ouvindo que a educação é o principal pilar de sustentação e de desenvolvimento de um Estado. Esse conceito ficou tão enraizado em mim que depois de formar em direito, fiz mestrado e doutorado para não só dar a minha contribuição, mas também para sentir que eu desenvolvia um papel importante para o crescimento do país. Mas esse sentimento foi ficando fragilizado nos últimos anos, pois percebia que os alunos que chegavam na faculdade pouco se interessavam pela leitura, pelas novas descobertas, pela pesquisa e pelo conhecimento. Percebi que vários até chegavam com sede de saber, mas não tinham a cultura do buscar, só do receber de forma fácil e imediata um conhecimento raso.
Em 2016 tive meu primeiro filho. Gabriel . Quando ele nasceu, nasceu também a percepção de que a educação , como eu entendia e como eu sonhava, começava desde muito cedo. Começava com uma mudança de cultura, de criação de hábitos e de instigação da imaginação e da curiosidade . Em 2018 nasceu o Benjamin. Nesse momento já queria muito fazer algo diferente, mas não sabia como.
Em uma visitar ao meu recém nascido, a Paula, que é defensora pública e já era mãe da Marina, abriu o coração e começou a me falar destes mesmos sonhos. Começou a falar de como na defensoria ela entendia que grande partes dos problemas poderiam ser sanados com a tão falada “educação”. Me falou que várias famílias relatavam que os filhos saiam da escola porque era chato. Porque não se identificavam com o que ali era ensinado.
Com a base que eu tinha em educação e com as inspirações da Paula, percebemos que tínhamos que transformar a leitura em algo mágico. Tinhamos que ajudar as crianças a se apaixonarem pelos livros, como nós somos apaixonadas. Mas como? Em um mundo cercado de telas, de conteúdo fácil e rápido?
A Paula foi pra casa e numa manhã ela me liga e diz: escrevi um livro. Na verdade é mais do que um livro. É um “Livro Album”. Aí ela me explicou que estava perdida tentando fazer um álbum de fotos da Marina. Que percebeu que tinha 500 mil fotos em arquivos digitais, mas que nunca achava nenhuma que ela queria.... Gente! Parecia que ela apontava as minhas próprias dificuldade! E assim nasceu o "Tem criança na História"!
Mergulhamos na pedagogia e descobrimos que quando a criança se identifica com a história ela aprende mais, ela se envolve . Bingo! A solução para o problema das mães em manter as lembranças lindas dos pequenos, desenvolver a conexão com livros e a leitura ainda em estágios iniciais. Tudo que buscávamos!!!
Com base nisso desenvolvemos um sistema fácil para que os pais, mães e até avós pudessem colcoar as melhores fotos do seu pequeno, num livro todo ilustrado, colorido e interativo, e com versos que narravam cada momento do primeiro ano do bebê! Conexão total com a leitura de uma forma apaixonante, contando a sua própria história!
Deste primeiro livro já vieram outros e muitos outros virão! Enquanto houver uma criança querendo aprender, uma família querendo se unir e memórias para manter, teremos inspiração para plantar essa semente da mudança que sonhei, ou melhor sonhamos juntas lá trás!!!